Portifólio

- "Não te substituí, meu grande sonho..." - disse os dedos para o piano enquanto dedilhava um velho violão.



Um frio corria o estomago

A composição fugia da alma
Os dedos trêmulos erravam as notas no violão
Suava o corpo, transpirava a harmonia,   desfazia  os acodes

Sorria nervosamente desafinada

As cortinas abrem
O microfone reflete luz e sorrisos
E  tudo retorna
A música revive
    
Seguro o microfone e fogem  as notas
Foge e é , aos poucos, absorvida minha composição!





Derrepente  todos saiam do teatro
e a orquestra já não era mais ouvida...
Mas em mim ainda soava o som
daquela melodia que ouvi,

Gritava os acodes  sofridos

de quem nada dizia,

Sofria os dedos, sofria a voz,

sofria o corpo, sangrava a alma;

Ainda sonava as notas 

das declarações não faladas.
Havia uma pausa intermitente do que ouvi

A música desfalecia, a alma esquecia

(...)
e me desfiz!



Sim, me desfiz ainda na mesma valsa do afeto
 porque toda vez que me ouvirem cantar
uma canção de amor, receba e sorria,
pois cada palavra que sai dos meus lábios
são direcionadas a vocês (...)

O meu amor pulsa e vibra, segue o som de uma
agitada  marcação, é tão consagrado 
quanto uma sinfonia antiga
e verdadeiro quanto o registro de uma composição.

Sai do teatro sonhando o sonho que sonharas por mim
Sonho dito e redito na suave voz de uma criança
Sonho soado junto ao sorriso de quem me faz sorrir 

         
(...) e suspirava profundo, retirando a sandália,
abraçando o velho violão...

Não havia mais teatro, mas ainda existiam notas
pulavam e gritavam alguns sons...

O olhar emudecido de meu filho
traziam e inspiravam novas canções...

Não havia teatro, não havia orquestra
nem era necessário uma platéia

Havia amor, e
havendo amor
músicas nasciam!



Era tarde, a lua no céu não brilhava
ouvia-se a chuva
via-se o mar.

A música chegara e me abraçava
back vocais não esperados bradavam,
sorria!

Cantava,

Chorava!

Vivia,
me descrevia.

E esta vinha em Dó Menor


(...)





Dormi ali  mesmo na sala com a mesa de som ligada, o violão ao lado do travesseiro e com o vestido preto usado na estreia.


Não!  Eu não sonhava, eu vivia ali um sonho.


(suspiro)





Chorei.



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 ← Escondi a música aqui (risos).

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